Vivemos em uma
sociedade onde as diferenças de gênero são estruturantes, colocando homens e
mulheres em lugares desiguais a partir de uma lógica de hierarquização que
considera os homens superiores as mulheres. Este modo de organização social
causa situações diversas de violências contra as mulheres. Nesse sentido, compreendemos que as opressões diárias provocam
atravessamentos na saúde mental das mulheres e quando olhamos para populações
específicas os relatos são mais difíceis pois trazem atravessamentos de
diversas iniquidades de saúde, as mulheres negras são vítimas do
racismo, as mulheres lésbicas, bissexuais e trans vítimas da LBTfobia, etc.
Originalmente esse
espaço é construído enquanto Tenda Paulo Freire, tendo o objetivo de pautar
práticas contra hegemônicas sobre produção de cuidado, saúde e vida propondo
perspectivas advindas do campo popular. Esse ano a proposta da Tenda Paulo
Freire está sendo construída como Tenda Marielle Franco. E nomear o espaço em
homenagem à Marielle Franco é, além de homenagear, sinalizar que estamos
atentas a todas as formas de violências e opressões, atentas e fortes para
seguir desconstruindo esse ciclo de desigualdades. Marielle, mulher negra,
lésbica, nascida na favela da Maré, militante feminista que pautava a
construção de políticas públicas para as mulheres e estava na linha de frente
no enfrentamento à intervenção militar no Rio de Janeiro nos inspira e nos
convida a continuar lutando pela democracia, pelo fim do patriarcado, do
racismo e da LGBTfobia e contra os desejos de manicômio.
Nos dias 15, 16 e 17
de maio de 2018, no Complexo Multieventos da Univasf - Juazeiro/BA, a
representatividade das mulheres no 8° Fórum de Mobilização Antimanicomail/5°
Mostra de Atenção Psicossocial/Tenda Marielle Franco vem marcar que
continuaremos lutando para que a violência contra a mulher seja combatida em
todos os espaços sociais. Nessa construção, o Núcleo de Mobilização
Antimanicomial do Sertão, a Marcha Mundial das Mulheres (Núcleo Sertão), a
Associação Sertão LGBT, o Coletivo Sexualidades no Plural, a Rede de Mulheres
Negras de Pernambuco (Núcleo Sertão), o Levante Popular da Juventude (Vale do
São Francisco) e o Fórum Acadêmico de Saúde/UNIVASF afirmam que as mulheres
hetero, lésbicas, bissexuais e trans, as mulheres pretas, indígenas,
quilombolas, as mulheres das periferias, as mulheres do campo sertanejo ocupam
este espaço pelo fim da violência contra as mulheres e por uma RAPS que
compreenda as suas demandas através do olhar implicado com a contextualização
de suas histórias individuais e coletivas de vida.
Marielle, Presente!
Núcleo de Mobilização Antimanicomial do Sertão
Marcha Mundial das Mulheres (Núcleo Sertão)
Associação Sertão LGBT
Coletivo Sexualidades no Plural
Rede de Mulheres Negras de Pernambuco (Núcleo Sertão)
Levante Popular da Juventude (Vale do São Francisco)
Fórum Acadêmico de Saúde/UNIVASF
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